Na manhã deste domingo (21), a Prefeitura do Recife e o Instituto Dom Helder Câmara (IDHeC) celebraram um convênio destinado à preservação do legado e memória do arcebispo emérito de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara. O acordo, firmado durante uma cerimônia eucarística na Igreja Nossa Senhora das Fronteiras, no bairro da Boa Vista, contou com a presença do prefeito João Campos e da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos.
Com um investimento de aproximadamente R$ 300 mil ao longo de um ano, provenientes da Fundação de Cultura da Cidade do Recife (FCCR), o IDHeC passará a gerir as atividades de preservação e manutenção de todo o acervo relacionado a Dom Helder Câmara. O arcebispo emérito, conhecido por sua dedicação à paz, justiça e à cultura pernambucana, é uma figura marcante na história da cidade.
O prefeito João Campos destacou a importância da parceria, lembrando da ligação pessoal de sua família com Dom Helder: "Meu avô, Dr. Cyro, foi médico do arcebispo, e através dele, tive a oportunidade, enquanto criança, de ouvir muitos testemunhos sobre a convivência dos dois. Dom Helder foi uma testemunha prática do Evangelho de Jesus Cristo, e garantir a preservação de seu legado é uma prioridade."
O IDHeC, que celebra 40 anos, é responsável pelo memorial e museu dedicados à vida de Dom Helder Câmara. Com a parceria, o acervo material e intelectual, abrangendo aspectos pessoais, eclesiásticos e da obra do religioso, estará acessível ao público recifense e visitantes de outras regiões. A colaboração também inclui o empréstimo de bibliotecários, historiadores e profissionais para participação em editais culturais.
A ministra Luciana Santos ressaltou a contemporaneidade do legado de Dom Helder: "Ele é uma necessidade para o tempo que vivemos, de negacionismo e intolerância. Precisamos avançar como um povo único que convive com as diferenças com civilidade."
Além da preservação do acervo, o acordo prevê a disponibilização das instalações do Instituto para a realização de ações culturais pela Prefeitura do Recife e pela FCCR. Cursos, oficinas, simpósios, estudos, capacitações, treinamentos, pesquisas e visitas de servidores estão entre as atividades programadas para difundir a obra e vida de Dom Helder Câmara.
Marcelo Canuto, presidente da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, ressaltou a riqueza do acervo e a necessidade de preservar a memória do arcebispo dedicado aos mais humildes, à igreja e aos pobres. O Instituto, situado na antiga residência de Dom Helder, apresenta mil peças em exposição, incluindo objetos pessoais, documentos, fotografias e uma linha do tempo que percorre a vida do religioso desde seu nascimento em Fortaleza até sua morte no Recife, em 1999.
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