A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) emitiu um alerta de utilidade pública a respeito de medidores de glicose que estão sendo comercializados no Brasil sem a devida validação técnica. Segundo a entidade, esses dispositivos, incluindo modelos que não utilizam agulhas, podem representar sérios riscos para os pacientes diabéticos, já que a medição incorreta dos níveis de glicose pode levar a complicações graves, inclusive à morte.
O endocrinologista Márcio Krakauer, coordenador do Departamento de Tecnologia, Saúde Digital e Inovação da SBD, destacou a importância do uso de amostras de sangue ou sensores intersticiais – que utilizam uma agulha de 4 milímetros – para a aferição precisa da glicemia. “Sem essas técnicas, não é possível medir com precisão os níveis de carboidratos no sangue, o que é essencial para o manejo adequado da diabetes”, afirmou Krakauer.
Entre os dispositivos que têm preocupado a SBD está um oxímetro que promete medir a glicose de forma não invasiva, sem a necessidade de sangue ou sensores. No entanto, a SBD afirma desconhecer qualquer estudo ou evidência científica que comprove a eficácia desse equipamento. “O fabricante não fez contato com a Sociedade Brasileira de Diabetes, e não temos informações sobre a segurança ou eficácia do produto”, ressaltou o especialista.
A SBD recomenda que os pacientes diabéticos evitem esses novos dispositivos até que eles sejam devidamente validados. Krakauer enfatizou que erros na medição da glicose podem ter consequências severas, e aconselhou os pacientes a continuarem utilizando métodos tradicionais, como a glicose capilar ou intersticial, ambos já validados tecnicamente.
O alerta da SBD ganha ainda mais relevância diante do aumento do número de casos de diabetes no Brasil, especialmente no Nordeste, onde as taxas de mortalidade são superiores à média nacional. Um estudo da Universidade Estadual do Ceará (Uece) revelou que, entre 2010 e 2020, o índice de mortes por diabetes na região chegou a 34,4 por 100 mil habitantes, em contraste com a média nacional de 30 mortes por 100 mil habitantes. A desigualdade social e o acesso limitado a serviços de saúde são apontados como fatores que contribuem para esse cenário preocupante.
* Com informação de Assessoria e imagem de Freepik
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