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Pesquisa aponta explosão da demografia médica em Pernambuco com desafios e conquistas

domingo, 14 de abril de 2024

/ por Isabel Gusmão


Nos últimos 13 anos, o cenário da saúde em Pernambuco tem testemunhado uma transformação significativa, revela o mais recente levantamento da Demografia Médica 2024, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). De acordo com os dados divulgados, o estado experimentou um aumento exponencial de 68% no número de médicos, passando de 13.241 profissionais em 2011 para 22.189 em 2024. Esse crescimento vertiginoso não só reflete um incremento quantitativo, mas também levanta questões sobre a qualidade da formação e as condições de trabalho desses profissionais.

O presidente do CFM, José Hiran Gallo, alerta para os desafios associados a esse crescimento aparentemente positivo. Ele ressalta que a proliferação indiscriminada de escolas médicas sem critérios técnicos mínimos compromete a qualidade da formação dos médicos. Além disso, destaca a importância de oferecer melhores condições de trabalho e estímulo aos profissionais para garantir a qualidade da assistência prestada à população.

Um aspecto notável revelado pelo estudo é a predominância das médicas em Pernambuco, totalizando 11.707 contra 10.482 médicos. Com uma média de idade de 46,26 anos e um tempo médio de formado de 20 anos, esses profissionais desempenham um papel crucial na prestação de serviços de saúde em todo o estado. No entanto, a distribuição desigual de médicos pelo território, com 67% concentrados na capital, Recife, levanta preocupações sobre o acesso equitativo aos serviços de saúde no interior do estado.

A disparidade na densidade médica entre Recife e o interior é alarmante, com a capital apresentando uma média 10 vezes superior à registrada nas áreas rurais. Enquanto Recife conta com 9,94 médicos para cada mil habitantes, o interior tem apenas 0,96 por mil habitantes. Esse desequilíbrio ressalta a necessidade urgente de políticas que incentivem a fixação de médicos em áreas remotas e carentes de assistência médica.

Além disso, o estudo revela que a maioria dos médicos não possui Registro de Qualificação de Especialidade Médica (RQE), o que pode impactar na qualidade e na segurança dos serviços oferecidos. Dos 22.189 médicos atuantes em Pernambuco, 12.384 não possuem RQE, enquanto 9.805 são especialistas.

No contexto nacional, o Brasil atinge um marco histórico com um número recorde de médicos ativos: 575.930 profissionais, representando uma proporção de aproximadamente 2,81 médicos por mil habitantes, a maior já registrada na história do país. Esse crescimento exponencial, impulsionado pela expansão do ensino médico e pela crescente demanda por serviços de saúde, reflete um aumento de 339% desde a década de 1990.

No entanto, é essencial que esse crescimento seja acompanhado por medidas que assegurem a qualidade da formação médica, a distribuição equitativa de profissionais pelo território e a melhoria das condições de trabalho. Somente assim será possível garantir uma assistência médica de qualidade para todos os brasileiros, independentemente de sua localização geográfica.

 

* Informação da Assessoria e imagem de Freepik
 

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