Na última terça-feira (18), o Hospital Neurocárdio, localizado em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, enfrentou uma interdição ética parcial determinada pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE). A medida foi adotada após um processo que teve início em outubro do ano passado, quando denúncias sobre a ausência de profissionais de enfermagem em áreas críticas da unidade de saúde foram recebidas pelo Conselho.
A interdição ética parcial afeta diretamente a Central de Material e Esterilização (CME) e o setor de emergência durante os períodos noturnos e nos fins de semana. De acordo com a chefe do Departamento de Fiscalização das Subseções do Coren-PE, Dra. Hélia Sibely Mota, inspeções realizadas ao longo dos últimos meses confirmaram a falta de enfermeiros nestes horários críticos, o que coloca em risco tanto a segurança dos pacientes quanto a integridade dos profissionais de enfermagem.
O Conselho havia notificado a direção do hospital em duas graças anteriores, em outubro e março, sem que providências adequadas fossem tomadas para corrigir a situação. Mesmo após a abertura de uma sindicância e a realização de diversas inspeções, a administração do Hospital Neurocárdio não conseguiu regularizar o quadro de enfermagem conforme a regulamentação do Coren-PE.
Segundo Dr. Marcos Antônio Souza, Conselheiro do Coren-PE e Presidente da Comissão de Sindicação, a interdição ética parcial implica na suspensão das atividades de enfermagem nos setores afetados, enquanto os demais serviços hospitalares continuam operando normalmente. Pacientes já internados na emergência continuarão recebendo cuidados, porém novos casos não poderão ser admitidos até que a situação seja regularizada.
O Hospital Neurocárdio é reconhecido na região por sua excelência em cirurgias e atendimento a casos graves, mas a falta de enfermeiros durante os períodos noturnos e nos fins de semana tem gerado preocupações quanto à capacidade da unidade em manter padrões adequados de cuidado e segurança.
A interdição ética é uma medida extrema adotada pelo Coren-PE quando condições de trabalho e atendimento são consideradas inconvenientes, protegendo tanto os pacientes quanto os profissionais de enfermagem. O Presidente do Coren-PE, Dr. Gilmar Júnior, reforçou o compromisso do Conselho em garantir que o atendimento prestado aos enfermeiros seja seguro, ético e de qualidade, em conformidade com as normas do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
A direção do Hospital Neurocárdio terá que demonstrar a contratação de novos profissionais de enfermagem para que a interdição ética seja suspensa e os serviços nos setores afetados possam ser normalizados. O Coren-PE continuará monitorando a situação para garantir que os padrões de adequação de cuidado sejam mantidos, evitando que casos semelhantes se repitam em outras unidades de saúde do estado.
Diante deste cenário, a população de Petrolina e região acompanha de perto os desdobramentos desta interdição ética no Hospital Neurocárdio, aguardando ações efetivas por parte da administração para a regularização da situação e o restabelecimento pleno dos serviços essenciais de enfermagem na unidade.
* Com informação e imagem da Assessoria
Nenhum comentário
Postar um comentário